quarta-feira, 27 de julho de 2011

A crise é a ganância capitalista!

Tanto se fala da crise, da ameaça de golpes financeiros de grandes nações por falta de arrecadações e de fundos de investimentos sem sustentabilidade. Mas o que realmente se quer é uma única coisa: Encontrar formas de manter a máquina capitalista em pleno vapor.
Sabe-se que a crise americana atual, inciada em 2008 com a crise do sistema imobiliário não é algo isolado, a globalização nos deixou em um beco sem saída, hoje não há uma nação totalmente independente, estamos todos no mesmo barco, e como sabemos, ele está afundando.
Só para refrescar a memória, a Primeira Grande Guerra, lá em 1914-18 fortaleceu os Estados Unidos de maneira inacreditável e iniciou-se uma grande industrialização seguida de rápida modernização dos modos de vida, surgiu o ''Sonho de vida americano''. Uma doce ilusão, produziu-se tanto que o mercado consumidor já não absorvia tudo, a superprodução levou à maior crise da história, a quebra da bolsa de valores de Nova York, famosa ''crise de 29''. O mundo todo sofreu, (com excessão da União Soviética, sistema comunista da época), sofremos aqui também com a superprodução do nosso café, exportávamos o grão para todo o mundo capitalista, principalmente Europa. Grandes nações entraram em colapso seguidas de perdas incalculáveis de grandes bancos mundiais.
Instantaneamente surgem na Europa os governos autoritários, o Nazismo e o Fascismo foram motivados pela crise de 1929 quando a Europa que se recuperava ainda da Primeira Guerra desmoronou repentinamente. Hitler instala e dissemina o Nazismo na Alemanha e Benito Mussolini impregna o Fascismo na Itália, além de outros movimentos que surgiram na Espanha e Portugal. E olha só que coincidência, logo alguns anos após a crise novaiorquina explode a Segunda Grande Guerra, o Nazismo havia tomado boa parte da Europa e ameaçava o mundo com seu conceito de ''raça pura''.
Cito esses episódios para que se entenda que na origem de qualquer conflito ou até mesmo uma guerra sempre existirá uma crise financeira, claro que o assunto é muito mais complexo, mas sintetizando, os EUA e outras nações como a China, pensam ainda que o consumismo será sempre crescente e que jamais o capitalismo diminuirá sua marcha. A crise americana não é americana, antes de tudo é preciso compreender isso, ela é mundial. Ela começou em terras americanas mas quem vai pagar as dores somos nós, países emergentes, os entusiasmados do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), e claro, o resto do mundo subdesenvolvido. Enquantos eles, desenvolvidos, terão de se acostumar quem sabe com um padrão de vida menos esbanjador, nós subdesenvolvidos ou em desenvolvimento teremos de enfrentar possíveis cortes econômicos imensos, em dezenas de áreas. A Irlanda (desenvolvidíssima) quebrou, a Grécia (meia boca) está remando, a Itália diz que não sabe o que fazer para pagar as contas, Espanha e Portugal já se encontram em pratos sujos há anos e o Brasil que se acha grandioso continua com sua palhaçada Palocciana, o qual diz que o Brasil está preparado para enfrentar crise, tá bom, e eu sou o Bozo. O Brasil teve uma sorte imensa na crise de 2008, a qual foi um tsunami como disse Lula, mas aqui não passou de ''marolinha''. 
O modo de vida americano que se espalhou por alguns países e é idolatrado por praticamente todo o mundo não sabe mais onde se agarrar, as bases foram construídas com pensamentos até ingênuos de que encher o planeta de shoppings centers era a saída para os problemas. Eu quero, sinceramente, que os americanos saiam dessa crise da maneira mais rápida possível e que continuem comprando sem consciência alguma, que comam toda a gordura disponível do planeta, que chupem todo o petróleo dos oceanos e que não deixem jamais de acreditar que são felizes. Massa de ignorantes, por favor, não deixem de consumir, pois eu não quero pagar a porcaria da conta de vocês.
Se os EUA quebram, a Europa quebra e consecutivamente a conta chegará nos nossos cofres, e quando não pudermos manter o modo de vida almejado por eles, as bolsas quebram, os bancos falem, os sistemas rompem e uma possível Terceira Grande Guerra nos bata a porta, afinal no fundo de qualquer crise, um conflito espera pela ganância humana.

William Schweickardt

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